terça-feira, 19 de junho de 2018

A outra história americana - Análise




Sinopse: Derek busca vazão para suas agruras tornando-se líder de uma gangue de racistas. A violência o leva a um assassinato, e ele é preso pelo crime. Três anos mais tarde, ele sai da prisão, e tem que convencer seu irmão, que está prestes a assumir a liderança do grupo, a não trilhar o mesmo caminho.

A partir de “A outra história americana”, filme de 1998, dirigido por Tony Kaye, é possível refletir a respeito de diversas características da história dos Estados Unidos. O filme possui diversos diálogos carregados com o ideal americano pautado nos direitos constitucionais, por exemplo, quando os personagens contestam o direito de defender ideais de caráter neonazista, por meio de discursos fascistas. Outro ponto que promove reflexão é o de porte de arma, que nos Estados Unidos é assegurado pela Segunda Emenda da Constituição, e torna possível que discursos fascistas reflitam em violência, como ocorre quando Derek persegue os rapazes que tentaram roubar seu carro.
O personagem que trabalhava com Derek na prisão também faz referência a Ku Klux Klan, organização racista fundada pelos estados Sul, derrotados na Guerra Civil Americana, e que defendiam a continuidade da escravidão no país e se transformou em defensor da supremacia branca nos Estados Unidos. O motivo da prisão desse personagem também traz a reflexão a respeito de uma cultura racista nos julgamentos, visto que sua pena aumentou quando a televisão que tentava roubar caiu no pé do policial, e a partir disso o caso ganhou o garante de agressão.
“A outra história americana” também traz à luz a problemática da facilidade com que jovens podem ser seduzidos por grupos com ideais radicais, devido ao desejo de pertencer a uma causa. Além do fato das ideias extremistas e a ideologia racial acabarem sendo a forma de simplificar os problemas socio-econômicos presentes na sociedade. Em um contexto com Trump no poder dos Estados Unidos, Bolsonaro como possível candidato à presidência do Brasil, e discussões sobre políticas para refugiados, a reflexão a respeito de discursos fascistas e xenofóbicos se faz cada vez mais necessária e atemporal.


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