Sinopse: Derek busca vazão para suas agruras tornando-se
líder de uma gangue de racistas. A violência o leva a um assassinato, e ele é
preso pelo crime. Três anos mais tarde, ele sai da prisão, e tem que convencer
seu irmão, que está prestes a assumir a liderança do grupo, a não trilhar o
mesmo caminho.
A partir de “A outra história americana”, filme de 1998, dirigido por Tony Kaye, é
possível refletir a respeito de diversas características da história dos
Estados Unidos. O filme possui diversos diálogos carregados com o ideal
americano pautado nos direitos constitucionais, por exemplo, quando os
personagens contestam o direito de defender ideais de caráter neonazista, por
meio de discursos fascistas. Outro ponto que promove reflexão é o de porte de
arma, que nos Estados Unidos é assegurado pela Segunda Emenda da Constituição,
e torna possível que discursos fascistas reflitam em violência, como ocorre
quando Derek persegue os rapazes que tentaram roubar seu carro.
O personagem que trabalhava com Derek na
prisão também faz referência a Ku Klux Klan, organização racista fundada pelos
estados Sul, derrotados na Guerra Civil Americana, e que defendiam a
continuidade da escravidão no país e se transformou em defensor da supremacia
branca nos Estados Unidos. O motivo da prisão desse personagem também traz a
reflexão a respeito de uma cultura racista nos julgamentos, visto que sua pena
aumentou quando a televisão que tentava roubar caiu no pé do policial, e a
partir disso o caso ganhou o garante de agressão.
“A outra história americana” também traz à
luz a problemática da facilidade com que jovens podem ser seduzidos por grupos
com ideais radicais, devido ao desejo de pertencer a uma causa. Além do fato
das ideias extremistas e a ideologia racial acabarem sendo a forma de
simplificar os problemas socio-econômicos presentes na sociedade. Em um
contexto com Trump no poder dos Estados Unidos, Bolsonaro como possível
candidato à presidência do Brasil, e discussões sobre políticas para
refugiados, a reflexão a respeito de discursos fascistas e xenofóbicos se faz
cada vez mais necessária e atemporal.
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